05 setembro, 2007

Gene pode combater a obesidade

Gene "magro" pode ajudar a combater obesidade
DA REDAÇÃO

Pesquisadores dos EUA revelaram ontem aquilo que é o sonho de qualquer pessoa em dieta: um gene que previne obesidade em mamíferos mesmo em tempos de bonança e um outro que, quando bloqueado, permite comer sem ganhar peso.
Mas atenção antes de se afundar nas batatas fritas: ambas as descobertas, claro, foram feitas em roedores.
Os dois estudos foram publicados na edição de setembro da revista científica "Cell Metabolism". Em um deles, o grupo liderado por Jonathan Graff, do Southwestern Medical Center, no Texas, isolou em camundongos um gene "magro" que já havia sido identificado anteriormente em moscas.
Animais sem uma cópia funcional do gene, batizado Adp, ficam obesos, enquanto animais nos quais ele é muito ativo ficam magros. Além disso, sua "dose" (ou seja, o quão intensamente o gene é ligado) também parece influir no quão magro o bicho será. "Talvez se você puder afetar esse gene, mesmo que seja só um pouquinho, você possa ter um efeito benéfico na gordura", declarou Graff num comunicado à imprensa.
No outro trabalho, cientistas liderados por Christopher Lynch, da Universidade da Pensilvânia, conseguiu fazer roedores comerem mais sem engordar ao ativar o que eles chamam de "ciclo fútil" de metabolismo nas células.
Eles desligaram nas cobaias a enzima BCATm, que ajuda a quebrar determinados aminoácidos. Os animais sem a enzima apresentaram níveis altos do aminoácido leucina.A leucina é um sinalizador importante nas células: ela faz com que a célula passe a gastar mais energia, produzindo e quebrando uma série de proteínas. Os camundongos sem leucina tinham o popular perfil "magro de ruim": comiam mais, mas não engordavam.
Embora diga que no futuro drogas poderão afetar o gene da BCATm, Lynch diz que ingerir leucina como suplemento alimentar não faz efeito algum.

Folha de São Paulo CIÊNCIAS

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